A SAÚDE MENTAL NA ACADEMIA: O DESAFIO DO ENSINO SUPERIOR
As instituições de ensino superior têm um papel crucial no desenvolvimento das pessoas, comunidades, sociedades e culturas pois têm a oportunidade de proporcionarem uma educação transformadora, dar voz aos alunos e desenvolverem novos conhecimentos, traduzindo-se em benefícios para a sociedade em geral. Estas instituições têm um posicionamento estratégico para gerar, compartilhar e implementar conhecimento resultante de pesquisas, que podem melhorar a saúde dos cidadãos.
A promoção da saúde, na qual se inclui a mental, deve estar integrada nas políticas de desenvolvimento da educação e saúde na Europa. Uma instituição de ensino superior consiste numa parte fundamental de qualquer estratégia de promoção da saúde pelo trabalho colaborativo, transdisciplinar e intersetorial.
A academia tem como pedra basilar da sua responsabilidade social a promoção da saúde e este é um desafio para as instituições do ensino superior do século XXI. A promoção da saúde deve ser otimizada como parte integrante de um quadro mais alargado de princípios e objetivos relacionados com a sustentabilidade e a responsabilidade social.
De acordo com The Edmonton Charter for Health Promoting Universities and Institutions of Higher Education, da Organização Mundial de Saúde (2006), as instituições de ensino superior promotoras de saúde devem estabelecer uma cultura organizacional de promoção da saúde e um ambiente sustentável para se aprender, trabalhar e viver; promoverem ações para a melhoria dos ambientes educativos, de trabalho e de vida para os estudantes e colaboradores nas suas instituições; auxiliar os seus membros a viver uma vida com propósito, dando-lhe um sentido, e a optar por estilos de vida saudáveis; disponibilizar serviços de saúde para toda a academia e encorajá-los a assumir responsabilidades pela sua saúde e bem estar.
A Organização das Nações Unidas reconhece que ter a melhor saúde possível é um dos direitos fundamentais de todo ser humano. A promoção da saúde é baseada neste direito humano fundamental e oferece um conceito positivo e inclusivo de saúde como um determinante da qualidade de vida e que abrange o bem-estar psicológico. Este é um processo que permite às pessoas aumentar o controle sobre sua saúde e seus determinantes e, assim, melhorar a sua saúde.
Segundo o Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde é importante que a saúde mental esteja integrada nas políticas e estratégias de saúde pública, devido ao impacto no bem-estar das populações. A saúde mental pública tem vindo a dar uma relevância crescente às áreas da promoção e da prevenção, incorporando os conceitos de saúde mental positiva, bem-estar e recuperação.
“Não há Saúde sem Saúde Mental”, ou seja, é essencial o investimento na promoção da saúde mental positiva e na prevenção da doença. Ter saúde mental positiva consiste num estado de bem-estar no qual as pessoas conseguem desenvolver as suas capacidades, são capazes de lidar com o stress do dia-a-dia, trabalham de forma produtiva e com satisfação e contribuem ativamente para a comunidade. No fundo implica um pleno desfrutar da vida.
Esperamos por si já no dia 2 de Fevereiro de 2022 na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa!